Fazer gols no fim é importante, mas no Brasileirão 2009 virou um hábito. Tanto que se dividirmos a partida inteira em seis períodos de 15 minutos, a última parte, dos 30 aos 45 do segundo tempo, é justamente o momento em que as redes mais balançaram. Dos 667 gols na competição até o momento, 163 saíram nos momentos derradeiros do jogo, pouco mais de 24% do total. Os outros cinco espaços de tempo são equilibrados, como podemos perceber na tabela abaixo:
TEMPO | GOLS | (%) |
1º tempo: 0-15 | 83 | 12,44 |
1º tempo: 15-30 | 99 | 14,84 |
1º tempo: 30-45 | 111 | 16,64 |
2º tempo: 0-15 | 105 | 15,74 |
2º tempo: 15-30 | 106 | 15,89 |
2º tempo: 30-45 | 163 | 24,44 |
O Atlético-MG é um dos times que mais marcaram nos 15 minutos finais. Foram 14 vezes, o que dá uma média de 37% dos tentos atleticanos. No último jogo, inclusive, a virada contra o Santo André, por 2 a 1, saiu justamente neste período aos 42 e 46 da segunda etapa (assista aos gols da partida no último domingo). O preparador físico do Galo, Beto Ferreira, tentou explicar o fenômeno.
- Esta é até uma tendência do futebol mundial, e os jogadores que entram descansados neste momento contribuem para isso. Sempre discuto com o Celso (Roth, técnico do Galo) a necessidade de serem feitas as três substituições. E ele reforça com o grupo que precisa sempre de todo mundo. O adversário entra de uma forma em campo, e este elemento surpresa nas alterações contribui para o alto índice de gols no fim - disse Beto Ferreira , por telefone.
Entre os artilheiros do fim do jogo, destacam-se Iarley, do Goiás, Eder Luis, do Atlético-MG, e Jonas, do Grêmio. Todos fizeram quatro gols entre os 30 e os 45 minutos do segundo tempo, mas a média do Esmeraldino é superior, já que 50% dos que marcou foram nesse período, contra 40% do atleticano e 36% do gremista. Iarley, também por telefone, contou como se aproveita tanto desse momento da partida.
- Acho que é mais uma questão de concentração mesmo. Você tem que ficar ligado o jogo todo, e não apenas no fim. Mas é nessa hora que os times ficam mais desatentos, a marcação já não é tão forte e os espaços aparecem - afirmou.
Iarley ressaltou ainda que paciência é uma característica importante para os atacantes, especialmente os que costumam ser bem marcados durante toda a partida como ele. É preciso saber dar o bote no momento certo para não desperdiçar as oportunidades que sempre acabam surgindo.
- As chances surgem em razão do desgaste. Não tem uma marcação que aguente os 90 minutos sem falhar. Eu tenho paciência e espero pelo momento certo. Tem atacante que se entrega, mas eu não desisto nunca. Os dois gols contra o Flamengo em 2008 e o deste ano, todos depois dos 40 minutos, provam isso - lembrou.
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