Desde que garantiram a passagem para a decisão, os clubes trataram de evitaram pronunciar a palavra favoritismo e, assim, não abastecer o adversário com declarações que poderiam servir de combustível às vésperas do primeiro encontro.
Nos números, as equipes fizeram campanhas parecidas. O Corinthians disputou oito jogos, com quatro vitórias, três empates e uma derrota. De cara, eliminou Itumbiara-GO e Misto-MS com vitórias por 2 a 0. Depois, passou pelo Atlético-PR (2 a 3 e 2 a 0) e Fluminense (1 a 0 e 2 a 2), até chegar às semifinais contra o Vasco. No Maracanã, empate por 1 a 1. Já em São Paulo, igualdade sem gols.
- Chegamos com 50% de responsabilidade para cada lado. E isso é ótimo. É ruim jogar com 70% para você e 30% para os outros, como foi em determinados momentos do ano passado (perdeu a decisão para o Sport). Essa final a gente sabe como vai ser pela grandeza dos clubes. Se existe investimento aqui, do outro lado também tem – disse Mano Menezes.
Já o Internacional precisou jogar mais. Foram dez partidas, sete vitórias, um empate e duas derrotas. Curiosamente, o Colorado não conseguiu eliminar nenhuma adversário logo no primeiro jogo. Na estreia, passou pelo União Rondonópolis-MT (0 a 1 e 2 a 0) e, em seguida, pelo Guarani (2 a 1 e 5 a 0). Nas oitavas, superou o Náutico (3 a 0 e 2 a 0), enquanto nas quartas se classificou no sufoco contra o Flamengo (0 a 0 e 2 a 1). As semifinais foram contra o Coritiba: vitória por 3 a 1, em Porto Alegre, e derrota por 1 a 0, no Paraná.
- O bom é que, nesse duelo com o Corinthians, vai ser a primeira vez em que vamos enfrentar um adversário este ano sem sermos considerados favoritos – afirmou o vice-presidente de futebol do Inter, Fernando Carvalho.
Apesar do clima de paz, corintianos e colorados se envolveram em polêmicas nas últimas edições do Campeonato Brasileiro. Os gaúchos chiam até hoje o pênalti
do goleiro Fábio Costa no volante Tinga não marcado pelo árbitro Márcio Rezende de Freitas, no Pacaembu, em 2005, ano do escândalo de manipulação de resultados.
Uma vitória sobre o Alvinegro naquele 20 de novembro colocaria o time do Sul muito próximo do título. A direção tentou até melar o campeonato na Justiça e só recuou depois que a CBF ameaçou punir o clube com suspensão. No final, com um elenco galáctico comandado pelo argentino Carlitos Tevez, o Timão foi campeão.
Em 2007, o troco. O Corinthians precisava vencer o Grêmio, no Olímpico, e torcer por uma vitória do Internacional sobre o Goiás, no Serra Dourada, para não cair. No entanto, o Colorado foi derrotado por 2 a 1, de virada, e "colaborou" para o Timão disputar a Série B no ano seguinte. Em Porto Alegre, após o empate contra o Tricolor, dirigentes corintianos acusaram os jogadores do Inter de facilitar a vitória dos esmeraldinos só para prejudicá-los em represália ao que aconteceu em 2005.
- Aqui no clube ninguém fala muito disso. São poucos jogadores que estavam nesses jogos ou quase nenhum. A gente deixa mais para a imprensa. Não levamos para dentro de campo. Não vai ajudar em nada. O que decide é dentro de campo e não falando – ressaltou o volante Cristian.
- Não tem como não relacionar a decisão da Copa do Brasil com 2005. Não tem como esquecer. Quem viveu aquilo jamais esquecerá. Eu estava lá. Eu vivi tudo aquilo. É algo que marca muito. O que aconteceu foi uma intervenção inédita no futebol mundial. Dormimos em primeiro e acordamos em outra posição. Depois ainda teve o pênalti. Para mim, a relação é clara. Eu vejo como uma revanche - rebateu o presidente do Inter, Vitório Piffero, que em 2005 era vice-presidente de futebol.
Mano tem dúvida na lateral esquerda
O tão costumeiro mistério feito pelo técnico Mano Menezes continuará na final. O treinador não revela quem será o substituto de André Santos, convocado para a seleção brasileira. Ele tem três opções: Wellington Saci, muito criticado no empate com o Goiás, Marcelo Oliveira, substituto do primeiro na etapa final do duelo no Serra Dourada, e o zagueiro Diego, que atuaria improvisado na posição por ser canhoto. A tendência é que Marcelo Oliveira seja escalado.
Mano, contudo, garantiu a presença do atacante Dentinho. Ele levou uma pancada na perna direita na semana passada e chegou a ser dúvida. No entanto, está confirmado. O mesmo acontece com o também atacante Jorge Henrique, poupado na última rodada do Brasileirão.
- O Dentinho vai jogar, isso eu posso dizer. Na lateral nós temos três opções e vamos optar por uma delas - disse o comandante.
A esperança alvinegra, claro, recai sobre Ronaldo. Depois de uma lesão na panturrilha direita e duas gripes, o Fenômeno sonha em quebrar a série ruim. Ele não sabe o que é fazer sequer um gol há cinco jogos. Os últimos foram na vitória por 2 a 0 sobre o Atlético-PR, no Pacaembu, pelas oitavas de final.
- Espero voltar a ser decisivo - projetou.
Inter aos pedaços, mas confiante
Perder Nilmar já é motivo para descabelar os torcedores. Perder Nilmar e D'Alessandro, os dois craques do time, é ainda pior. Mas complicado mesmo é perder a dupla e ainda ficar sem Bolívar e Kleber, os dois laterais titulares. O Inter encara o primeiro jogo da final da Copa do Brasil sem titulares indispensáveis. Motivo para desespero no Beira-Rio? Nada disso...
- Preocupa e dá uma tristeza, porque todos querem estar presentes em um momento desses, mas quem entra já demonstrou que têm condições de ir bem. Eles vão dar 110%, tenho certeza - disse o capitão Guiñazu.
Os substitutos devem ser Danilo Silva no flanco direito, Marcelo Cordeiro na esquerda, Andrezinho na articulação e Alecsandro no ataque. No Beira-Rio, o discurso é de confiança em quem entra. A diretoria lembra que os substitutos dos titulares já mostraram bom futebol e que até salvaram o pescoço do Inter - caso de Andrezinho, autor do gol, contra o Flamengo, que colocou o Inter nas semifinais da Copa do Brasil.
CORINTHIANS | INTERNACIONAL |
Felipe; Alessandro, Chicão, William e Marcelo Oliveira; Cristian, Elias e Douglas; Jorge Henrique, Dentinho e Ronaldo. | Lauro, Danilo Silva, Índio, Álvaro e Marcelo Cordeiro; Sandro, Magrão, Guiñazu e Andrezinho; Taison e Alecsandro. |
Técnico: Mano Menezes. | Técnico: Tite. |
Estádio: Pacaembu, em São Paulo (SP). Data: 17/06/2009. Horário: 21h50m. Árbitro: Heber Roberto Lopes (PR). Auxiliares: Roberto Braatz (PR) e Alessandro Álvaro Rocha de Matos (BA). | |
Transmissão: A TV Globo exibe a partida ao vivo. |
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